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Uma nova distinção na PNL
As "posições perceptivas" têm um lugar de destaque importante e útil na PNL, e podem ser usadas para melhorar a nossa flexibilidade, sabedoria e desenvoltura. Existem três posições perceptivas principais:
A posição SELF (própria) é experimentar o mundo da própria posição: eu vejo e ouço as outras pessoas e o mundo ao meu redor a partir do meu próprio ponto de vista, tenho as minhas próprias sensações, etc. Isso também é chamado de associação.
A posição OUTRA é literalmente experimentar o mundo a partir da posição de uma outra pessoa. Se eu me lembrar de uma conversa com um amigo, me lembro dela como ele via e ouvia os eventos a partir do seu ponto de vista, como sentia as sensações do seu corpo, etc.
A posição OBSERVADOR significa experimentar o mundo visto do lado de fora, como um observador. Se eu fizer isso, em qualquer situação em que eu estiver, eu literalmente me observo do lado de fora, como se estivesse vendo alguém. Isso também é chamado de dissociação.
Pessoas brilhantes em muitas áreas são capazes de alterar, de forma flexível, a sua posição perceptiva e essa é a base para as suas habilidades especiais. A maioria dos treinamentos de Practitioner inclui o treinamento em se mover de uma posição para outra.
Muitas limitações foram, de uma forma útil, descritas como estar "preso" a uma posição perceptiva. Uma fobia, por exemplo, surge pela pessoa estar "presa" na posição Self. Os fóbicos mergulham em memórias terríveis e no pânico. A técnica da fobia treina as pessoas para experimentarem o evento traumático como um Observador. No outro extremo, a pessoa pode ser descrita como tão dissociada dentro da posição Observador que ela não experimenta mais a sua própria vida.
A codependência tem sido descrita como estar "presa" na posição Outra. Os codependentes relatam sentir intensamente as sensações da outra pessoa.
Embora eu sempre tenha achado tremendamente útil o modelo das posições perceptivas, notei que várias das minhas próprias experiências simplesmente não se encaixavam no modelo. Isso me levou a desenvolver um novo modo de pensar sobre as posições perceptivas que produziu resultados fascinantes.
Todos nós já passamos pela experiência ao pedir que alguém saia de uma experiência e se dissocie para a posição de Observador e ouvi-lo dizer: "eu não posso fazer isso; eu ainda sinto as sensações." No modelo básico das posições perceptivas, nós poderíamos descrever isso como: "ele escorregou de volta à experiência" ou "ele não consegue sair da experiência."
Um dia, quando eu fazia um processo de PNL, notei que quando saía da experiência, na posição Observador, eu sentia as minhas próprias sensações mais fortes. Evidentemente, eu não estava "me retirando dela", ou mesmo "carregando minhas sensações comigo". Eu estava sentindo as minhas sensações muito mais intensamente quando estava me observando de fora. Eu pensei: "isso é estranho", e dei passos para frente e para trás, várias vezes, para estar certo.
Eu comecei a pensar: "E será que essas limitações não surgem porque a pessoa está presa em uma posição perceptiva? E se as limitações realmente surgirem porque os nossos sistemas representacionais estão divididos, ao mesmo tempo, em diferentes posições perceptivas?" Por exemplo, quando eu experimento um evento, eu poderia estar vendo o evento através dos meus próprios olhos (posição Self); eu poderia estar sentindo as sensações da outra pessoa (posição Outra) e eu poderia estar ouvindo uma voz interna fazendo comentários do lado de fora (posição Observador). Nesse exemplo, cada um dos meus três sistemas representacionais estaria em uma posição perceptiva diferente.
Isso resulta em um novo modelo para o que fazer. O objetivo agora fica sendo o alinhamento das posições perceptivas. Isso significa ter, ao mesmo tempo, todos os três principais sistemas representacionais na mesma posição perceptiva.
Embora isso pareça óbvio e corriqueiro, em muitas pesquisas até hoje, não encontramos ninguém que tenha as suas posições perceptivas totalmente alinhadas quando nas situações de dificuldade. Apesar de que alinhar as posições perceptivas não transforma, de maneira mágica, toda dificuldade em um evento maravilhoso, o alinhamento consegue trocas significativas, consistentes em direção a um estado de mais recursos, e algumas vezes, isso faz a diferença crucial se um outro padrão de PNL funciona ou não. Pensar dessa forma sobre as nossas experiências traz à nossa consciência que os desalinhamentos não eram óbvios para nós no antigo modelo.
Um Practitioner de PNL, que participou de muitos exercícios sobre posições perceptivas, relatou que esse processo finalmente lhe permitiu estar completamente na posição Self. "Antes, eu me sentia como se estivesse tentando entrar na posição Self, mas não conseguia ficar. Eu saía de lá automaticamente", disse ele. Quando ele alinhou a sua posição Self, ele sentiu uma forte descarga fisiológica – uma onda de calor – que o fez saber que estava realmente na sua própria experiência e sentindo-a. Outra Practitioner relatou ter "problema de limites" quando ela se percebia adquirindo as sensações de outras pessoas. Depois de alinhar as suas posições perceptivas, ela relatou que esse trabalho fez uma diferença muito maior do que qualquer outro trabalho anterior com "limites". Outros experimentaram trocas de percepção tão impressionantes como recuperação de perda auditiva, recuperação da visão periférica e melhoria na visão.
O exemplo a seguir fornece uma demonstração do processo de alinhamento.
Eliciando o desalinhamento da Posição Perceptiva
A primeira coisa que Connirae fez com Bob foi descobrir como ele experimentava naturalmente a situação antes que fosse feita qualquer mudança. Essa informação será usada mais tarde no processo de alinhamento.
Visual
Connirae: Pense em uma situação sem recursos que envolva você e outra pessoa. Quando você pensa na situação, o que você percebe primeiro.
Bob: Visual, é a minha perspectiva.
Connirae: As pessoas treinadas em PNL tendem a dar um rótulo para qual é a perspectiva, mas nós queremos reunir informações mais detalhadas. Acontece que a nossa primeira impressão do que estamos fazendo geralmente não é precisamente essa. Assim, Bob, me diga exatamente o que você vê. Onde está a outra pessoa?
Bob: Eu estou vendo com os meus próprios olhos. A outra pessoa está ao lado (apontando para a sua esquerda).
Connirae: Tudo bem. A próxima pergunta pode soar um pouco estranha, o que está correto. Verifique, para saber, se você está vendo exatamente dos seus olhos, ou se é como se os seus olhos tivessem mudado um pouco. Perceba se a sua perspectiva visual está ligeiramente deslocada em qualquer direção de seus olhos – na frente, atrás, ao lado, acima ou abaixo.
Bob: Eu estou olhando um pouco à minha direita (apontando ligeiramente para a direita e acima do nível dos olhos).
Connirae: OK. Você está olhando no nível dos olhos, ou é para cima ou para baixo?
Bob: Na verdade, eu acho que estou olhando um pouco acima do nível dos olhos.
Connirae: Ótimo. Isso combina com seus gestos. Então, visualmente você está olhando de um lugar entre as posições Self e Observador. (Nota: na posição Self, estamos olhando dos nossos próprios olhos. Quando olhamos da posição do Observador, estamos nos vendo (Self) e o Outro interagindo, de uma posição externa do Self ou do Outro. O ponto de vista do Bob está apenas um pouco à direita da posição Self e, por isso, enquanto não estiver na posição Self, está longe de ser uma posição verdadeira de Observador.)
Connirae: Agora vamos descobrir o que você ouve. De que sons você está ciente quando pensa na situação?
Bob: Eu estou ciente do diálogo.
Connirae: E de onde você está escutando?
Bob: É como se eu estivesse ouvindo lá de longe. (Ele gesticula para frente e à direita, a cerca de 5 metros de distância.)
Connirae: Você ouve o que realmente está acontecendo ou é algum comentário sobre a situação?
Bob: Ambos
Connirae: Me diz alguns dos comentários que você está ouvindo
Bob: "Eu sou realmente estúpido. Não posso acreditar nisso."
Connirae: E de onde está vindo a voz do comentário?
Bob: Em volta da minha cabeça (apontando para a sua cabeça, num semicírculo da parte de trás e dos lados).
Connirae: OK. Então, a voz do comentário está vindo de volta da sua cabeça, usando o pronome "eu" e você está ouvindo essa voz de cerca de cinco metros para o lado. A sua voz está quase na posição Self e os seus ouvidos estão no Observador.
(Nota: Quando Bob apontou para onde ele escutava, ele indicou um local onde um Observador poderia estar para observar a situação do lado de fora No entanto, a sua voz do comentário está muito perto da sua própria garganta, que é de onde a voz da posição Self estaria falando.)
Connirae: Agora vamos descobrir sobre o sistema cinestésico. Perceba de quem são as sensações que você tem e onde elas estão localizadas.
Bob: Elas parecem como se fossem as minhas sensações (apontando para o centro do seu peito).
Connirae: Elas estão bem no meio, ou estão ligeiramente deslocadas?
Bob: Bem no meio.
Connirae: Então, as sensações estão na posição Self.
Alinhamento da posição Observador
Connirae: O próximo passo é alinhar as posições perceptivas. Podemos alinhar primeiro tanto a posição Self como a do Observador. Com você, eu estou inclinada a alinhar primeiro a posição do Observador porque já está lá uma grande parte da sua atenção, e porque a posição Self parece agora bastante desagradável (Bob concorda enfaticamente com a cabeça).
Visual
Connirae: Eu vou convidá-lo a fazer algumas mudanças, e você pode notar o que acontece na sua experiência quando fizer isso. Vamos começar com o Visual. Às vezes, alinhar um sistema possibilita que os outros sistemas mudem automaticamente.
Primeiro, deixe todo esse cenário girar ao seu redor (gesticulando um semicírculo), de modo que você veja o Bob e a outra pessoa interagindo fora e na sua frente... Agora você está na posição do Observador, observando Bob e a outra pessoa. Faça com que o Bob e a outra pessoa estejam exatamente à mesma distância de você como está o Observador. Você também pode deixar essas pessoas se moverem no nível dos olhos (a cor, a respiração e a expressão do Bob mudam consideravelmente).
(Para a plateia, com um sorriso) Na PNL, uma das habilidades que desenvolvemos como Practitioners é chamada de "acuidade sensorial", que significa que quando a experiência interior de alguém muda, um observador treinado irá notar "sutis" mudanças externas.
Bob, o que aconteceu na sua experiência quando você experimentou isso?
Bob: A maioria das sensações caiu fora! Existe mais clareza, muito mais senso de perspectiva e de distância. Está mais igualitário.
Connirae: Isso faz sentido. Antes, estava faltando mais da metade da informação disponível. (Para o grupo) Enquanto Bob olhava para a situação de fora do corpo dele, o ponto de visão estava tão perto que ele realmente não conseguia ver-se claramente. Sem isso, ele também não podia ver de forma clara o laço de comunicação entre ele e outra pessoa.
Connirae: Agora que fizemos a parte visual, vamos verificar o auditivo, e descobrir se ele já foi alinhado ou se ainda é necessário alinhar. Enquanto você olha para eles ali, observe se os seus ouvidos também foram afetados, e se já reuniram ao seu corpo como o Observador.
Bob: Sim, agora eu estou ouvindo daqui.
(Quando fazemos uma mudança com relação ao alinhamento, como ver as duas pessoas no nível dos olhos, ou equidistantes, frequentemente outras mudanças concernentes ao alinhamento simplesmente acontecem. Ao continuar, Connirae está sensível com o fato de que as vozes de Bob já podem estar mais alinhadas. Ela continua a provocar o alinhamento enquanto ele não ocorrer.)
Connirae: Ótimo. Agora, você ainda tem aquela voz fazendo comentários em torno de sua cabeça? Aquela que dizia: "Eu sou realmente estúpido. Não posso acreditar nisso?"
Bob: Está diferente.
Connirae: Ok. Agora onde está a voz fazendo comentários?
Bob: Está vindo da minha frente. (O gesto do Bob indica que a voz está a cerca de meio metro na frente dele.)
Connirae: A localização ideal da voz do Observador funciona de forma um pouco diferente para pessoas diferentes. Geralmente ela vem de dentro do nosso corpo, como o Observador. Então Bob, vamos descobrir se isso será útil para você. O que acontece se a voz que está fazendo comentários sobre a conversa vier da sua garganta como o Observador?... (Connirae mostra com gestos aonde estava a voz, e move a sua mão para indicar para onde irá a voz. Ela concede um momento para o Bob perceber como é essa troca.) Qual delas você gosta mais?... O que queremos é que uma voz do Observador clara que lhe permita absorver as informações com mais recursos.
Bob: Sem dúvida, tudo isso é muito estranho, eu não tenho certeza. É muito diferente ter o som vindo da minha garganta!
Connirae: Você pode experimentar isso um pouco mais, e quando se tornar mais familiar, perceba de que forma funciona melhor para você
Bob: Eu acho que é melhor vindo de dentro (ele aponta na direção da sua garganta).
Connirae: E Bob, você pode ter certeza que essa voz do Observador também está usando os pronomes do Observador. Em vez de dizer "eu" e "você", essa voz vai dizer "ele", "ela" e "ele(a)s". "Eles estão fazendo isso, ela isso, ele aquilo", etc.
(Connirae espera um tempo para Bob ouvir a sua voz fazendo observações usando "ele", "ela", "ele(a)s", etc.)
Connirae: Agora vamos fazer a parte cinestésica. Quando você olha para eles, equidistante de você, no nível dos olhos e a sua voz interna descrevendo a situação usando os pronomes "ele, ela, ele(a)s", perceba que sensações você tem. Ficou com você alguma sensação que na realidade pertence a uma das duas pessoas?
Bob: Um pouco.
Connirae: De quem são essas sensações?
Bob: Do Bob.
Connirae: OK. (brincando) Agora o Bob pode ficar chateado se você ficar mexendo com as sensações dele! Agora, perceba onde no seu corpo você tem algum resquício das sensações dele. E quando você estiver pronto, deixe essas sensações voltarem para ele. Schhoop!... (Connirae acrescenta efeitos sonoros enquanto gesticula de onde as sensações estavam, para fora e na frente do Bob.) E perceba que sensações o Observador coloca no lugar.
Bob: A palavra "vácuo" me vem à mente.
Connirae: Isso é mais rico em recursos para você, ou existem outras sensações que teriam mais recursos, enquanto as sensações do Observador permanecem neutras?
Bob: Eu acho que quero algo com um pouco mais de recursos.
Connirae: Então você pode deixar que essa sensação o preencha agora, e que a sua mente inconsciente possa servir de guia em que tipo de sensações comecem a se irradiar e a substituir... com algo mais rico em recursos... (Bob fica com mais cor no rosto e parece estar com mais recursos.) Sua mente inconsciente já percebeu que isso não é familiar, e que é maravilhoso, porque essa é a novidade da diferença, e certamente é diferente do que você estava experimentando antes. Por isso, o seu inconsciente pode escolher isso, e já começar a experimentá-lo quando e onde você automaticamente tomar essa posição no futuro, de modo que o que era estranho torna-se muito familiar, um recurso automático para você.
Bob: Ela apenas disse: "Tenha certeza de ter a flexibilidade de pular para frente e para trás entre as posições."
Connirae: Isso é sensato, e é isso que nós vamos obter logo em seguida. É bom o nosso inconsciente saber que uma posição clara de Observador está disponível para nós como um recurso. Com isso pode ficar mais fácil alinhar a posição Self, porque sabemos que podemos, sempre que quisermos, voltar para a posição do Observador. É uma posição de segurança e de conforto para a qual podemos ir a qualquer momento
Alinhando a Posição Self
Agora vamos alinhar a posição Self. Primeiro perceba como ela é quando você entra na posição Self. Perceba o que está diferente de antes... Você está vendo pelos seus próprios olhos?
Bob: Sim, agora eu estou vendo pelos meus próprios olhos.
Connirae: Existe alguma diferença agora em como você vê, a partir da posição Self, a outra pessoa?
Bob: Ela está muito mais clara, e bem na minha frente.
Connirae: Ótimo. Muitas vezes a outra pessoa está mais clara depois de alinhar a posição do Observador. Verifique agora, nessa posição, a sua voz. Você tem algum diálogo interior?
Bob: Eu só ouço a conversa. Eu ouço a outra pessoa do lado de fora e me respondendo.
Connirae: Você já está ouvindo com os seus próprios ouvidos?
Bob: Sim... Tudo isso é muito estranho!
Connirae: E está ótimo... Agora eu quero ter a certeza de que você tem a escolha de ter um diálogo interno nessa posição. Então, perceba o que acontece se você diz no seu interior, "Eu sinto isso. Eu acho isso. Eu quero isso."
Bob: A voz está vindo do meu peito (falando com suavidade e sorrindo levemente). E algumas sensações muito poderosas vêm junto (apontando para todo o seu tronco, o corpo dele está mais relaxado do que antes e com mais cor na pele.)
Connirae: Muito bom. E isso parece diferente de antes. Na posição de Self, a voz está dentro do corpo, vindo do peito/da garganta, e usa o pronome "eu".
Connirae: Verifique para ter certeza que você tem suas próprias sensações, dentro do seu corpo.
Bob: Sim.
Connirae: Existe alguma diferença na qualidade das suas sensações agora, comparando com antes de termos alinhado essas posições?
Bob: Sim, uma grande diferença! Eu tenho a conscientização do meu corpo, penetrando nos meus braços e pernas, que antes não estava lá.
Connirae: Ótimo. Agora entre de volta na posição do Observador, e perceba se alguma coisa está diferente na posição do Observador agora que você esteve na posição Self alinhada...
Bob: Sim, a principal diferença é que a voz de Bob na interação soa muito diferente.
Outra Posição
Connirae: OK. Agora que já alinhamos as posições do Self e do Observador, é possível ir para a posição Outra e reunir dados não contaminados. Antes de alinhar as posições Self e Observador, é muito difícil, senão impossível, reunir dados limpos sobre o Outro. Se nós não estivermos corretamente ordenados, tendemos a carregar partes de nós mesmos para a posição Outra e deturpar fortemente aquilo que aprendermos sobre a outra pessoa.
Para esse exercício, quando entrarmos na posição Outra, não vamos alinhá-la, nós vamos apenas descobrir o que existe lá. A razão pela qual não estamos alinhando-a é que estamos, em primeiro lugar, descobrindo o que podemos aprender sobre essa pessoa e a sua experiência. Muito provavelmente ela não estará alinhada nessa situação, exatamente como nós não estávamos. Muitas vezes, a outra pessoa não estará em um estado com muitos recursos, e por isso, você não precisa permanecer lá por muito tempo – apenas o suficiente para perceber como é.
Para facilitar, você pode simplesmente deixar a situação mudar e entrar na outra pessoa, observando o Bob.
Bob: Isso é realmente diferente. Como ela, eu me sinto confuso. É um tipo de revelação para mim.
Connirae: Ótimo... E... nós precisamos nos lembrar que isso ainda é uma alucinação – uma suposição. É a nossa experiência de sermos ela, não a experiência dela ser ela. Quanto mais alinharmos as nossas posições perceptivas, mais corretas se tornam as nossas suposições. Então, agora você pode deixar a cena girar de novo, para que você volte para a posição do Observador... e depois de volta para a Self.
Discussão
Tornar-se alinhado é diferente para cada pessoa. Assim que a posição Observador do Bob seja alinhada, a posição Self dele também ficará automaticamente alinhada. Normalmente ainda é necessário alinhar cada sistema representacional na posição Self: pedir para a pessoa mover a visão diretamente para seus próprios olhos, pedir para a voz vir diretamente da sua própria garganta, a audição vir diretamente dos ouvidos, as sensações estarem centradas no corpo, etc.
Nós descobrimos que as pessoas podem estar desalinhadas de maneiras muito interessantes. Em um dos nossos workshops, um homem chamado Dan percebeu que seu ponto de visão se movia em um círculo ao redor dos seus olhos. Quando ele descobriu isso, ele disse: "Ah, isso é muito interessante! Isso realmente se encaixa, porque eu nunca quis permitir que alguém me forçasse a algo."
Joseph estava se vendo de fora, embora tivesse a sensação de estar sendo observado. Como você pode imaginar, ele relatou uma sensação autoconsciente.
Algumas vezes, as posições perceptivas desalinhadas tornam difícil que outras intervenções da PNL funcionem. Um participante relatou que isso fazia sentido do porquê as mudanças de submodalidades não haviam funcionado para ele. Ele disse: "Eu podia mudar todas as submodalidades, mas isso não mudava as minhas sensações. Quando percebi que as minhas sensações estavam do lado de fora e ao lado, e eu as movi de volta para mim, as mudanças de submodalidades tiveram um impacto."
Rebeca, que era treinada em PNL, descobriu que quando ela tomava a posição Observador, ela ficava olhando direto para a Outra pessoa exatamente na frente dela, mas o Self dela estava distante e no lado esquerdo. Depois que ela alinhou essa posição, movendo o Self dela e a Outra pessoa para ficarem centrados na frente dela como Observador, ela comentou:
"Agora posso ver muito mais como o meu comportamento afeta a situação. Antes eu achava que era periférica e que era apenas a outra pessoa que importava. Eu percebi que fiz todos os processos de dissociação da PNL dessa forma, e aí não conseguia todo o benefício." Rebeca usou a palavra "periférica" para descrever o que ela pensava do seu potencial para afetar uma situação. Verificou-se que essa era uma expressão vinda diretamente de onde ela tinha se visto em sua imagem interior.
A nossa configuração interna de sensações é sempre um reflexo de como nós nos experimentamos e interagimos com o nosso mundo. É uma expressão direta de nossas muitas crenças sobre nós mesmos e os outros. Como tal, nos fornece uma poderosa janela para perceber e transformar os aspectos da nossa experiência para nos tornarmos mais capazes e mais perfeitos como seres humanos.
Alguns de nós treinados em PNL, já podemos ter feito espontaneamente antes alguns desses tipos de intervenções. No entanto, pensando nisso dessa nova maneira –, que é o alinhamento da nossa experiência interior incluindo todos os nossos sistemas representacionais – significa que eu percebi coisas que nunca tinha notado antes. Practitioners, Master Practitioners e Trainers, experientes com posições perceptivas, também estão relatando isso.
Um hábito mental prático, quando se explora o alinhamento das posições perceptivas, é assumir que qualquer que seja a configuração interna que estamos usando agora, ela foi originalmente desenvolvida como uma solução para alguma coisa. Era o nosso melhor saber para uma situação difícil. Por exemplo, quando alguém está parte dentro e parte fora do seu corpo, pode ter havido uma tentativa dele, quando mais jovem, se dissociar de uma situação opressiva, na qual ele não teve a capacidade de se dissociar completamente. Qualquer coisa que estejamos fazendo atualmente, originalmente servia a alguma intenção útil. O alinhamento das posições perceptivas oferece uma outra escolha que vai "grudar" sempre que houver uma solução melhor. Nós pedimos que você explore esse modelo, com relação a quaisquer objeções e atenção total à ecologia. O processo cumpre o seu potencial quando temos uma atitude de curiosidade e de descoberta, percebendo o que acontece quando permitimos que a nossa configuração seja alinhada. Podemos confiar no nosso ser para conservar qualquer arranjo que seja, para nós, a "melhor solução."
Esse artigo é apenas uma breve introdução. Esse método pode na realidade ser conduzido com um pouco mais de profundidade – o processo de alinhamento pode continuar. Um dos participantes do meu workshop que tinha experiência com meditação comentou que experimentou o método como uma forma de acesso direto ao tipo de estado "puro" e vazio que ele atingia através da meditação. Nessa breve demonstração com Bob, eu alinhei as coisas mais óbvias. "Avançando" no uso, encontramos mais sutilezas para alinhar. Existem mais critérios para o alinhamento, formas únicas para trabalhar com pessoas que têm configurações diferentes, maneiras de honrar as considerações ecológicas dentro do processo, etc. (Veja as referências no artigo em inglês para mais informações.)
Com exploração, esse método pode ser usado como uma prática que produz uma maior perfeição como seres humanos. Nós nos tornamos, literalmente, mais integrados. Alguns métodos nos ajudam a obter resultados particulares que já tínhamos decidido que queríamos em nossas vidas – por exemplo, podemos querer ter confiança para convidar alguém para sair conosco, ou estar motivado para fazer uma visita de vendas. Em contrapartida, esse método ajuda a nos tornarmos seres humanos mais íntegros, mais alinhados – e, aí, descobrimos como é o nosso mundo e nós mesmos. Podemos até descobrir que agora queremos coisas diferentes – os nossos objetivos podem ficar diferentes do que quando o nosso mundo interior estava desalinhado.
Connirae Andreas é coautora (com Steve Andreas) do livro A Essência da Mente, participou de inúmeros livros e artigos sobre PNL, incluindo o livro Transformação Essencial e os Core Transformation Trainer Packet (em coautoria com Tamara Andreas).
Tamara Andreas ministra treinamentos sobre vários métodos da PNL, incluindo treinamento individual. Ela é coautora do livro Transformação Essencial.
O artigo Aligning Perceptual Positions A New Distinction in NLP foi publicado originalmente na revista Anchor Point (Vol 5 No.2) com pequenas alterações em abril de 2006.
Tradução JVF, direitos da tradução reservados.