O hábito da autoestima baixa

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seg, 12/08/2013

"Autoelogio não é elogio!"

Quem cresceu na Irlanda, recebia, vindo de todas as direções, o alerta "autoelogio não é elogio" - de pais, sacerdotes, professores e amigos. Isso se expandiu, no que era então uma sociedade emocionalmente repressora, como forma de assegurar de que as pessoas não assumissem "um comportamento arrogante", ou seja, não se tornassem muito confiantes ou prepotentes, mas que soubessem o seu lugar na sociedade e lá permanecessem.

Nessas circunstâncias, regras como essa foram incorporadas pelas crianças que as ouviram repetidas inúmeras vezes. Elas se tornaram a verdade – para não serem contestadas nem questionadas. Também se tornaram nossos próprios padrões. Foi isso que aconteceu comigo até os meus 16 anos quando me deparei com livros sobre "o pensamento positivo" de autores como Dale Carnegie e Vincent Norman Peale. Eles abriram os meus olhos para o que acontecia - e iniciou-se uma jornada.

Aprenda a duvidar de si mesmo

Grande parte da nossa autoestima baixa é resultado de hábitos incorporados do nosso dia a dia de forma semelhante:
• Você é um inútil - nunca vai ser nada!
• Quem lhe disse que você tem condições de cantar?
• Por que pelo menos dessa vez você não pode fazer isso certo?
• Você não vai sair desse jeito – ou vai?
• Fale só quando alguém lhe dirigir a palavra – criança é para ser olhada e não ouvida!

A lista é interminável. E essas são somente algumas das mensagens verbalizadas. A lista não inclui a grande variedade de mensagens não verbais que nós absorvemos como resultado do modo como éramos tratados quando crianças e que resultaram nas dúvidas sobre nós mesmos - e em valorizarmos a opinião das outras pessoas sobre nós e sobre o nosso desempenho melhor do que nós mesmos julgamos.

Nossa oposição de curta duração

É claro que nós não aceitamos passivamente essas mensagens nem esse tratamento. No início nos rebelamos e as rejeitamos. Mas quando você é criança não tem muito poder e muito em breve você aceita o inevitável – os adultos sabem mais e ceder é mais fácil.

É como a situação do filhote de cachorro brincalhão que quer correr livremente por todo lado entusiasmado com a vida. Porém, isso não agrada muito aos donos e assim, ele tem que ser ensinado a andar na coleira. Inicialmente ele se debate, mas depois de algumas semanas ele aceita que não tem o direito de fazer o que quer... e, obediente, faz o que querem que ele faça: a vida é assim - eu sei o meu lugar.

"O hábito da autoestima baixa"

A maioria de nós passa por um processo de condicionamento semelhante ao do cachorro. Nos primeiros anos da nossa vida somos livres e brincalhões. E depois temos que ser ensinados a diferenciar o certo do errado. Agora, em vez de decidir por nós mesmos, aprendemos que os outros sabem o que é melhor.

Aí nos envolvemos mais em controlar do que nos arriscar – e evitamos controlar como estamos agindo, como está a nossa aparência, será que eles gostaram de nós, isso vai incomodá-los, será que somos suficientemente bons?

Nós aprendemos a andar na coleira - adquirimos o hábito da baixa autoestima. E a menos que se faça algo a respeito, esse hábito nos acompanha a vida toda. E não desaparece à medida que envelhecemos. Ganhar mais dinheiro não acaba com ele. Nem possuir um carro maior. Nem remédio ou outras drogas. Nem se destacar nos esportes ou nos negócios. E nem encontrar um parceiro carinhoso ou ter um monte de adoráveis crianças.

Tudo isso são compensações ao invés da cura.

A solução

A solução começa ao reconhecermos, de uma forma clara, que ter uma autoestima elevada é um direito nosso.

Nós não nascemos com baixa autoestima. Pense nisso: um bebê de seis meses de idade não precisa de autoestima, porém 20 ou 50 anos depois ele vai precisar dela – por quê? Porque aprendemos a ter uma autoestima baixa. Aprendemos a duvidar de nós mesmos e nos comparar desfavoravelmente com os outros. A autoestima baixa começa com um processo de condicionamento e depois se torna um hábito - e logo se torna tão natural que nós aceitamos e/ou acreditamos que "é assim que nós somos".

No entanto, isso é apenas uma forma habitual de se pensar. É apenas um programa mental inútil que apanhamos pelo caminho. É apenas um conjunto de associações neurais que foi usado tantas vezes que se tornou muito poderoso e que parece "natural".

Esse reconhecimento também não é muito novo. Cerca de 100 anos atrás, o grande escritor norte-americano William James observava: "Toda a nossa vida... é apenas um aglomerado de hábitos."

Alguns pontos de ação

Então, se a autoestima baixa é apenas um hábito como podemos substituí-lo por melhores hábitos? A seguir estão alguns pontos de partida. E uma boa notícia é que eles não exigem esforço - apenas persistência.

É um hábito: lembre-se continuamente de que o hábito da autoestima baixa é apenas isso - um hábito de pensar que você "apanhou" pelo caminho e que se encontra sobre a sua capacidade natural de se sentir bem consigo mesmo.

Diálogo interno: preste atenção em como o seu diálogo interno habitual mantém esse hábito. E agora use a analogia do filhote como vantagem: quando perceber se autossolapando, recue: "Para com isso. Isso é apenas um velho hábito - do qual não preciso fugir mais!" (E lembre-se, enquanto você treina um filhote em algumas semanas, é preciso muito mais persistência com um cachorro adulto...)

Autodesprezo: ouça as outras formas em que você se despreza quando está conversando com alguém, como por exemplo: "Ah, eu sou um bobo... Eu tenho uma cabeça que parece uma peneira... Eu nunca consigo fazer nada direito," e assim por diante. De uma maneira persistente, também dê a elas o tratamento do filhote.

Saia da zona de conforto: pelo menos de vez em quando, faça um leve alongamento - algo que o leve para fora de sua Zona de Conforto e brevemente na Zona de Alongamento. Fazer algo diferente é energizante - e dê as boas vindas ao desconforto inicial.

Elogie-se: elogie a si mesmo, com sinceridade, quando você se alongar e quando rejeitar uma autocrítica negativa - faça isso em silêncio e certifique-se que o seu tom de voz interior soa realmente sério.

(Se você já teve algum treinamento minucioso sobre PNL, sabe que existem algumas técnicas excelentes para lidar com o hábito incluindo a Negociação das Partes e o poderoso Método Reimprinting - além de vários métodos que usam o processo da ancoragem).

Tenha objetivos e pontos de verificação

Decida que você está a caminho da liberdade ao se livrar de um hábito inútil. Reconheça que isso leva tempo para ser alcançado, mas que cada pequena liberdade melhora a sua vida.

Pense em como será a sua vida daqui a 12 meses, como resultado do seu programa de substituição de hábito. Faça disso a sua meta. Agora decida onde você quer estar ao longo do caminho, por exemplo, daqui a 9 meses, 6 meses, 3 meses, 1 mês, 2 semanas. Esses serão os seus pontos de verificação – onde você irá avaliar o seu progresso.

Aprenda com cada revés. Aceite que haverá muitos e muitos momentos em que o velho hábito vai entrar em campo – afinal de contas, ele esteve por aí por um bom tempo. Seja gentil com você mesmo quando escorregar: aprenda com esses momentos para que você se beneficie deles e depois siga em frente.

Reg Connolly é Trainer e Master Practitioner de PNL, treinador de administração e de vendas.

O artigo original "The Low Self Esteem Habit" encontra-se no site The Pegasus NLP Training

Tradução JVF, direitos da tradução reservados.

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