90% é bom o suficiente!

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ter, 02/07/2019

Perfeccionismo: receita para uma insatisfação sem fim

O perfeccionista quer que tudo que ele faça seja perfeito.

Impecável.

Acima de qualquer crítica…

O perfeccionista nunca está satisfeito com os seus resultados. O que quer que eles alcancem, eles rapidamente decidem que poderiam ter feito melhor – e, que de fato, deveriam ter feito melhor.

Eles não tem o padrão "é bom o suficiente – vamos em frente".

O perfeccionismo é a receita para uma insatisfação sem fim.

Eles tem uma crença praticamente programada de que "é possível fazer melhor", provavelmente desde os tempos de escola.

Eles estão sempre com medo de que os outros possam fazer ou que se saiam melhor do que ele – o que é frequentemente uma herança dos tempos de escola quando somos ensinados a competir uns contra os outros na sala de aula.

“Eu nunca estou satisfeito com o que eu alcancei!”

Ela tinha acabado de ser informada de que havia conseguido a Certificação de Master Practitioner de PNL em nosso Programa Pegasus de Master em PNL.

Hoje esse é um curso exigente. Não é para os fracos de coração e nem todos neste programa são bem-sucedidos na primeira vez. Nos últimos 3 meses, Kelly (nome fictício) participou de 16 dias de treinamento, passou muitas horas adicionais trabalhando em seu projeto de modelagem, fez muitas apresentações para os colegas do curso e trabalhou na lista do programa de ensino de quase 40 tópicos que fazem parte da nossa avaliação para a certificação.

Ela chegou publicamente bem-sucedida, um completo sucesso. Pouco depois de receber a boa notícia, eu a ouvi comentar com uma colega que ela nunca está satisfeita com o que alcança. Ficamos conversando, porque esse é um padrão bastante comum, e descobrimos que Kelly tinha esse padrão de perfeccionismo há muito tempo pelo que ela podia se lembrar.

90% é bom o suficiente

Em nossa conversa, sugeri a Kelly que ela testasse um novo padrão: "90% é bom o suficiente!"

Seu novo plano era parar quando atingisse 90% de sucesso. 90% de satisfação

E decidisse que isso era bom o suficiente.

Eu salientei que se nós visamos o 100% de sucesso, estaremos sempre nos aprimorando. Estaremos "quase lá" para sempre. Estaremos constantemente procurando as imperfeições e tentando torná-las perfeitas.

Não importa se "90% é bom o suficiente" é verdade ou não.

Podemos adotá-lo: torná-lo verdadeiro para nós mesmos – em muitas situações – e reconhecer que haverá situações em que é necessário um padrão mais elevado. E tratar disso como exceção à nossa nova regra.

E, para aqueles que gostam de procurar onde as coisas não funcionam, sim, haverá muitas situações em que a sugestão de 90% não se aplica!

Não ficaria muito feliz se o meu cirurgião no centro cirúrgico ficasse satisfeito com 90% de resultados bem-sucedidos, por exemplo. Ou, se tivesse um chefe que decidisse que 90% do meu salário era bom o suficiente. Exames escolares são outra exceção. Ou projetos de engenharia de precisão.

Intenção é estar sempre melhorando, aprendendo

A abordagem do 90% permite que você faça muito mais porque você economiza muito o tempo de ajuste.

Qualquer projeto em que você se envolva pode, potencialmente, melhorar seu desempenho, porque, tendo terminado o projeto, você verá como poderia ter feito melhor.

Isso significa que, da próxima vez que você se envolver em uma tarefa semelhante, você provavelmente será mais habilidoso e perspicaz.

Você também desenvolve habilidades para trabalhar com mais facilidade, conforto e com um coração mais leve. E também desenvolve confiança e autonomia: não fica pensando que alguma coisa ruim pode acontecer ou o que “os outros” podem dizer ou pensar.

Isso é muito diferente de reconhecer como você poderia ter feito melhor – e depois se sentir mal com o que você alcançou.

De onde vem o perfeccionismo?

Podemos adquirir a característica do perfeccionismo ou essa crença de muitas fontes. Geralmente fazemos isso quando somos muito jovens, antes de adquirirmos a capacidade de decidir se é uma característica que gostaríamos de ter!

Então, ao longo dos anos, torna-se "como são as coisas" para nós: torna-se uma crença inconsciente que nos sentimos obrigados a aderir.

Escola, pais e mentores religiosos são provavelmente as fontes mais comuns para essa crença. Há também o medo das críticas que resulta da baixa auto-estima – se eu não me sentir bem comigo mesmo, terei receio das críticas e vou procurar fazer tudo que faço estar acima das críticas.

Afinal, se já me sinto inseguro quanto ao meu valor, qualquer crítica dirigida a mim apenas significa por mais combustível no fogo.

Essa é uma das razões do porque os perfeccionistas não são muito bons em terminar as coisas: se eu não terminá-la, você não poderá encontrar defeitos!

A "causa" realmente importa?

A causa ou a fonte do nosso perfeccionismo (e eu realmente quero dizer nosso – é algo que eu venho lutando há anos) não é especialmente importante.

Mas é útil. Para conhecer a causa, só isso.

Se eu puder reconhecer onde peguei essa característica ou crença, posso ver a crença pelo que ela é. Não é uma reflexão sobre a minha personalidade, sobre "como eu sou" – é simplesmente uma lição inútil que aprendi ao longo do caminho. Uma lição que as experiências subsequentes da vida reforçaram. E que "parece real" para mim por causa dos anos ou mesmo décadas de uso.

Reconhecer a sua origem é o começo do afrouxamento daquilo que me segura. Mas isso não é o suficiente.

Em seguida eu preciso tomar uma decisão...

Preciso decidir que eu já tive o suficiente. Preciso decidir que chegou a hora de me libertar de uma crença que acidentalmente (ou inconscientemente) "peguei" décadas atrás.

Pontos de ação

1. Veja quanto lhe custou o perfeccionismo. Pense em quanto mais você poderia ter alcançado se adotasse os 90% como uma posição boa o suficiente anos atrás.

2. Reconheça quanto tempo você gasta tentando ir de 90% a 100% – e, no final, ainda ter que aceitar menos que o 100%!

3. Limite o seu tempo de aperfeiçoamento – para executar mais projetos.

4. Aceite que algumas pessoas encontrarão defeitos em tudo o que você fizer – aproveite o que você faz apesar das críticas delas.

Faça mais

Há 30 anos, participei de um workshop em Londres apresentado por Richard Bandler. Ele falou sobre o perfeccionismo. E recomendou ser contra.

Ele descreveu um conhecido dele que estava "quase lá" com um livro que estava escrevendo. E ele esteve "quase lá" com esse livro por anos. E como ele queria "fazer certo", o pretenso autor atrasava a publicação!

A atitude de Bandler era de que você nunca irá acertar de primeira – você sempre poderá escrever um livro melhor assim que terminar um. Porque então você estará com mais habilidades.

E ofereceu uma ótima sugestão: escreva esse primeiro. E depois escreva a continuação! Dessa forma, você terá dois livros em vez de um! 

Aproveite para fazer mais!

O padrão de 90% funciona e resulta numa produtividade muito maior. E mais divertida. E com paz de espírito. E mais liberdade para experimentar. Mais criatividade. Mais descobertas.

Sim, haverá ocasiões especiais em que você precisará chegar mais perto de 100%. Reconheça-as como… ocasiões especiais. Como exceções. E seja bem-sucedido com muito mais coisas de 90%!

O artigo original "90% is good enough!" encontra-se no site: nlp-now.co.uk

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