Judith DeLozier - PNL Generativa, parte III

3ª parte - Entrevista exclusiva com Judith DeLozier (EUA)
 
Como você usa para motivar equipes? E você podia falar um pouco do conceito de espelhamento, acompanhar e conduzir e como isso se relaciona para como você motiva equipes?
Acho que equipes são automotivadas, se elas têm uma oportunidade de se formar enquanto equipe, elas tem um senso de quem são enquanto equipe, diferente do indivíduo e tem como escolher quem tem o que a trazer. Se uma equipe for escolhida baseada nas diferentes capacidades, uma boa equipe é sempre feita de um bom crítico, um bom realista e um bom sonhador. Se você juntar muitos sonhadores você tem muitas boas ideias, mas nada acontece. Se você tem muitos críticos, eles simplesmente se sentam e reclamam de tudo. Uma boa equipe é, primeiramente, feita de um conjunto de variadas capacidades.
E aí é uma questão de como a equipe se relaciona, se eles têm um objetivo claro. A partir daí, qualquer que seja o objetivo, sonho, qualquer que seja o que a equipe tem que cumprir e aí eles tem o que vocês chamam de “conjuntos de habilidades compatíveis”. É isso que faz uma equipe. 
Então, se eu não sou uma boa sonhadora, então eu vou trazer um sonhador. Se eu tiver a habilidade de fazer boas perguntas, que é mais uma habilidade do crítico, vou trazer isso de uma maneira positiva. Se eu não sou uma boa crítica, então eu vou trazer minha habilidade de fazer um esquema, como se fosse um storyboard, e fazer o plano de ação, o planejamento estratégico. Mas aí quando as equipes ficam no caminho umas das outras, é porque estão se chocando no nível de valores
Se uma equipe tem uma oportunidade de encontrar os valores compartilhados, encontrar a visão compartilhada, encontrar o sentido de quem nós somos enquanto equipe, então eu posso falar: eu sou a Judith e estou trazendo meu coração para essa equipe. Mas, quem somos nós, ao invés de quem eu sou é outro espaço compartilhado. Eu acho que as equipes tem um veículo ou uma maneira de fazer isso, e tem ferramentas corretivas para se autocorrigirem, quando começam a trombar uns com os outros. Isso sempre acontece, nós somos humanos e aí eles podem se autocorrigir. Acho que é mais eficiente, as coisas são feitas de uma maneira melhor, uma melhor qualidade de relacionamentos, apoia isso para que seja feito mais rápido e de maneira mais eficiente, de maneira generativa e gentil, ajuda o bem esta da equipe.
Em uma equipe, para que as pessoas não tenham que ficar uma empurrando, uma forçando a outro, também é necessária uma certa sensibilidade em relação ao ego e a alma.
Eu tenho uma ótima história de um jovem rapaz na China, em um seminário de duas horas que fiz sobre liderança na Universidade de Pudong (Shanghai) , que é como se fosse a Universidade de Stanford da China. E esse rapaz disse: eu sou uma pessoa muito criativa, e claro, eu quero estar junto de pessoas realmente criativas, mas também a gente fica sendo criativo, mas a gente não consegue fazer nada, é uma bagunça. E eu falei: é, porque em uma equipe você precisa ter essas múltiplas habilidades representadas e eu concordo porque se você juntar dez sonhadores, você vai ter um sonhos maravilhosos, mas cadê o plano de ação, o planejamento estratégico? Cadê o storyboard? Quem vai fazer as perguntas difíceis, as perguntas sobre sabedoria? E como isso vai afetar aquilo? Como aquilo afeta isso? Quem vai criticar? Quem vai fazer as perguntas difíceis, as perguntas áridas? Eu penso no crítico como um bom questionador, aquele que acha os pontos cegos.
 
Então, quais são as ferramentas que você acha que podem ajudar a estimular a criatividade através da PNL? Que ferramentas você vai ensinar no workshop que podem ajudar líderes na vida diária para ajudar suas equipes a se tornarem mais inovadoras?
Uma das coisas sobre a terceira geração da PNL é que não só olhamos necessariamente para as técnicas que sim, nós precisamos. Os processos são ótimos, mas os processos me ajudam a aplicar habilidades, e aprendemos essas habilidades aprendendo PNL. Mas ela (a terceira geração) tem mais a ver com práticas. Do mesmo jeito que as pessoas acordam todos os dias de manhã e escovam os dentes, elas podem pegar três ou quatro minutos para fazer isso. Elas podem ao se levantar todo dia de manhã, tirar um momento para que possam se alinhar, para se tornarem conectadas consigo mesmas, ficarem presentes no corpo. “Estou aqui, estou presente no meu corpo, estou em casa”. E dar de volta as boas vindas à minha “casa”, ao e me preparar para o meu dia, fazendo disso uma prática. Da mesma maneira que você todo dia pratica escovar os dentes. E isso vai fazer uma grande diferença na qualidade de vida, em relação ao “jogo interno” da sua vida, porque você vai ter menos estresse. Eu vou ter menos estresse, porque assim como escovar os dentes, eu tenho uma boca saudável a longo prazo, se eu praticar isso, de me centrar e me tornar conectada comigo mesma, dizendo essa é a intenção do meu dia, me tornar mais centrada, mais aberta, mais calma, estar em paz, para ver com clareza, ouvir com clareza. Eu acho que essa é uma prática e eu acho que as práticas, se nós fizermos essas práticas, faz uma grande diferença na nossa vida. E não requer muito tempo. O tempo que você leva para escovar os dentes, você pode estar se centrando. 
 
De acordo com a PNL de 3ª. Geração, como posso controlar sentimentos e emoções em situações de forte estresse? O que você quer dizer quando fala em “acolher sentimentos difíceis”?
Em primeiro lugar acolher sentimentos difíceis significa que, da mesma maneira que você segura um bebê, você tem que segurar com amor,antes de tudo. Você não quer sacudir o bebê, machucar, deixar ele cair. Primeiro, você precisa segurar e aqui quando a gente fala em segurar, a gente está falando de segurar a partir de um espaço, maior. Quando essa energia emocional se move através de nós, normalmente é para nos despertar para alguma coisa. O que acontece com a maioria dos seres humanos é que eles não despertam pra isso. Então, o estresse fica. E uma maneira que eu posso pensar nesse estresse é como um chamado para fazer alguma coisa. Outra maneira que eu posso pensar nisso é nós temos uma certa quantidade de estresses nas nossas vidas não faz mal uma certa quantidade de estresse. Mas a maneira como a maioria das pessoas vive as suas vidas agora é muito prejudicial à saúde. Porque elas carregam esse estresse por meses e meses, por anos e anos às vezes. Dizem que uma das piores coisas para a sua saúde é ter estresse por longos períodos de tempo. Isso me parece um chamado. Não só um chamado individual, mas um chamado social, quando fazemos essas perguntas em relação à sociedade, é um chamado social para viver a vida de uma maneira mais sã. Eu vou para lugares do mundo em que estou fazendo um workshop à noite, por três horas, nessas culturas eles trabalham por cinco longos dias e não conseguem nem ser liberados durante um dia na semana para ir a um seminário, então eles vão à noite, e eles estão exaustos. Assim que eles se sentam na cadeira, eles adormecem. E aí eu penso: bom, às vezes é melhor dormir, porque isso é o que o corpo está pedindo. Então quando o corpo está estressado, o que ele está pedindo? Essa é a jornada, é um sinal. Se você pisar numa unha, dói. É um sinal, faça alguma coisa a respeito. Mais uma vez, é uma pergunta que você não tem que pensar muito. 
Para acolher esses sentimentos, a gente tem que acolher esses sentimentos difíceis e um “container” de nós mesmos, que é muito caro, mas quando eu faço isso, eu tenho que estar centrado, eu tenho que estar na minha essência e esses sentimentos são verdadeiros, mas muito mais também é verdade. Existem outros sentimentos bons, alguns deliciosos, alguns doces, alguns leves, gentis. Mas quando eu sou pega ali naquele sentimento, é tudo que existe. Acolher sentimentos difíceis me permite ter uma perspectiva em relação a isso e acolher de um espaço maior.