Moshe Feldenkrais

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Moshe Feldenkrais (1904-1984) Moshe Feldenkraisse tornou reconhecido mundialmente como um dos inovadores mais importantes no campo do mecanismo do corpo, da terapia física e da cura. Treinado como físico, Feldenkrais foi associado de Joliot-Curie em Paris antes da Segunda Guerra Mundial e ajudou a levar para fora da França, durante a ocupação alemã, os resultados da pesquisa atômica. Ele desenvolveu sua própria forma de arte marcial para ajudar os colonizadores envolvidos no restabelecimento de Israel e foi o único ocidental a ter uma mudança incorporada pela antiga arte marcial de judô. A fama de Feldenkrais veio do seu trabalho com pessoas com graves deficiências físicas, como paralisia cerebral, derrame, danos na coluna, escoliose, etc. Eu, por exemplo, vi um uma fita de vídeo dele trabalhando com um rapaz que tinha paralisia cerebral e, em vinte minutos, corrigiu um problema muscular que três médicos diferentes disseram que seria necessário uma cirurgia para corrigir. Seu extraordinário sucesso na reabilitação de pessoas com problemas físicos graves e de curas "milagrosas" com aqueles que não podiam ser tratados pelos tratamentos padrões da medicina ocidental lhe trouxeram uma reputação internacional. As ferramentas da modelagem da Programação Neurolinguística (PNL) que fornecem um maneira de conseguir a compreensão dos processos mentais, conduziram as mãos talentosas de Feldenkrais.

Uma das descrições mais explícitas da estratégia organizacional de Feldenkrais vem de seu livro "Caso Nora" (1977), no qual ele descreve em detalhes o seu trabalho com uma mulher que tinha ficado severamente incapacitada por um derrame - ficou incapaz de ler, escrever e até de amarrar os sapatos. Contudo, com a ajuda de Feldenkrais, após alguns meses ela foi capaz de recuperar a normalidade das suas funções para assombro da sua família, amigos e médicos. Num ponto da sua narrativa, Feldenkrais descreve a maneira que ele imaginou para superar o impasse particularmente difícil no progresso de Nora. Na sua argumentação ele declara:

Quando me apresentam um problema, eu faço um esforço especial para não pensar em palavras. Eu tento não pensar logicamente ou em frases corretamente formadas. Se tornou um hábito meu imaginar as estruturas nervosas relevantes somente olhando-as com o olho da minha mente. Eu imagino o órgão produzindo um fluxo de fluído. Parte do movimento do fluído é elétrico, depois se torna químico, e de novo elétrico. Depois de muitas transformações, o fluxo termina em contração muscular e a ação muscular resultará numa ação evidentemente externa envolvendo o corpo, ou partes dele, que irão afetar ou transformar o ambiente imediato.

Como muitos outros gênios, Feldenkrais se orientava pelas imagens visualmente construídas como processo central para reunir as informações da sua estratégia. Albert Einstein, por exemplo, também afirmava que o principal processo do seu pensamento criativo ocorria através de imagens visuais e declarava "Eu muito raramente penso em palavras."

Feldenkrais chamou essa imagem visual de "figura do seu trabalho com o ser humano." Essa figura contém três elementos fundamentais: o sistema nervoso (o "núcleo"), o esqueleto, as vísceras e os músculos (o "invólucro") e o espaço, o ambiente social e a gravitação (o "meio ambiente"). Feldenkrais sustentava que nenhuma noção do ser humano poderia ser completa se não incluísse esses elementos e a sua interdependência dinâmica. Na descrição acima, nós somos capazes de determinar exatamente como ele representava para ele mesmo esta interdependência - o sistema nervoso produz mudanças no corpo que produz mudanças no ambiente externo o qual realimenta o sistema nervoso.

A beleza da estratégia de Feldenkrais reside na sua simplicidade e na sua generalização para praticamente qualquer sistema de processamento de informação. Por exemplo, com algumas modificações, essa mesma estratégia poderia ser usada para ajudar os consultores empresariais descobrirem onde pode ocorrer problemas no sistema de comunicação de uma empresa, nos procedimentos para executar os pedidos ou num plano de ação particular. Não é simplesmente uma listagem de verificação nem a aplicação de informação prévia como dispositivo para diagnóstico, mas sim uma interação dinâmica entre teoria e observação - um processo que é chamado na PNL de modelagem. É um processo contínuo designado para identificar e preencher as lacunas na compreensão do funcionamento do sistema total que pode ser adaptado facilmente para casos individuais.

Texto traduzido e adaptado da Encyclopedia of Systemic NLP and New Code de Robert Dilts e Judith DeLozier.

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