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A mais completa ferramenta de coaching?
Você sabe como é que funciona. Kerry diz: "Eu não consigo fazer isso." Você que aprendeu todas aquelas fantásticas habilidades da PNL, tem que dizer para ela que você sabe que ela consegue.
Então você diz. E ela repete que não consegue. E vocês acabam numa discussão em que a crença autolimitante dela é reforçada pelos seus bem-intencionados comentários.
Contando para ela sobre a maneira errada dela
Quando você reconhece que a pessoa tem uma crença que se intromete no meio do sucesso ou da felicidade dela, é tentador querer contar sobre como ela está errada. Afinal de contas, assim que você mostrar como ela está sendo tola, ela irá agradecer e mudar a maneira dela, certo?
Óbvio que não. Nenhum de nós gosta que nos digam que estamos errados e quem fala isso é que está certo. É por isso que defendemos as nossas crenças com todo vigor, mesmo as mais loucas. De fato, o reforço que nós adicionamos às nossas crenças reflete o grau com o qual tivemos que defendê-las!
Tome nota: quanto mais você argumentar com uma pessoa dizendo como ela está errada, mais você fortalece a crença que você quer desagregar.
O que fazer? Use duas ferramentas: perguntas e o metamodelo. E mais, muito rapport, boas habilidades de observação, a capacidade de ficar quieto enquanto a outra pessoa pensa sem interrupção e muita paciência (porque as fortes crenças autolimitantes reagem melhor a uma abordagem gradual e afável do que a um ataque frontal apoiado pela força da sua personalidade).
O valor do metamodelo da PNL
Em minha opinião, o metamodelo é a mais valiosa das habilidades da PNL. Ele nos fornece os meios de identificar quando uma pessoa está usando uma das treze formas do pensamento desleixado. O metamodelo também nos fornece o meio de fazer um coaching sutil para melhorar a forma de pensar da pessoa – e reduzir os equívocos ao tornar a nossa própria comunicação mais clara e sem ambiguidade.
Uma ferramenta para compreender as pessoas
Apesar do equívoco generalizado de que o metamodelo é uma ferramenta para fazer perguntas às pessoas para "provocar o pensamento delas", não é.
Sim, você pode fazer "perguntas tipo metamodelo". E, sim, esse é muitas vezes um valioso processo de coaching para ser usado... mas isso só depois que você passou algum tempo ouvindo a pessoa e identificando os principais padrões do metamodelo os quais salientam e apoiam a dificuldade dela.
A menos que você use isso para compreender o processamento dela, o metamodelo é apenas uma série de perguntas desajeitadas – com as quais você pode, ocasionalmente, acertar na sorte – mas que normalmente vai tanto irritar como confundir o destinatário.
O metamodelo em ação
Digamos, por exemplo, que Jack tenha dito: "Eu posso dizer que a Mary não gosta de mim só pela expressão dela. Por isso, não faz sentido convidá-la para sairmos! Isso me deixa triste porque eu nunca tenho sorte com as garotas".
À primeira vista, ouvimos um comentário razoavelmente compreensível. Porém quando aplicamos o metamodelo, nós aprendemos um pouco mais…
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Jack acredita que pode ler a mente da Mary. Isso é uma crença errônea, a não ser que ele seja vidente.
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Ele também acredita que a aparência dos músculos do rosto dela o autoriza a predizer qual será a provável resposta. Na realidade, ele está olhando para a expressão dela e decidindo que se ele tivesse essa mesma expressão, estaria sentindo certas sensações e que provavelmente reagiria de uma maneira particular... e, como resultado dessa peça de dedução questionável, ele pode predizer o comportamento dela.
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Ele tem uma crença muito limitante - nunca teve "sorte com as garotas". Isso é uma generalização – uma crença que se baseia em evidências insuficientes e cuidadosamente selecionadas. Embora possa ser verdadeira, é muito improvável. O mais provável é que ele esteja usando a memória de algumas contrariedades para generalizar o passado, para predizer que o futuro simplesmente será mais do mesmo – e para ficar prisioneiro de suas próprias crenças inúteis.
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Ao dizer "isso me deixa triste", Jack anuncia que ele acredita que as suas emoções sejam consequências de eventos externos sobre os quais ele não tem nenhum controle. Mas a maneira como ele anuncia isso, garante que ele permanece como vítima – já que a sua observação insinua que ele não tem o controle da dificuldade! Ele "é" uma vítima. Mas vítima do seu próprio pensamento e não dos eventos.
Para ajudar o Jack, nós poderíamos usar o metamodelo para alertá-lo de como essa situação difícil é resultado do seu próprio pensamento "menos do que útil." E, antes de fazer uma preleção sobre o seu modo errado de pensar, podemos fazer isso de uma maneira mais sutil – simplesmente fazendo uma ou duas perguntas aparentemente inócuas!
Como aprender metamodelo
Como todas as habilidades da PNL, aprende-se melhor o metamodelo pela interação e com o coaching prático de um habilidoso Trainer Certificado de PNL. E você conseguirá melhores resultados quando reconhecer que o metamodelo precisa ser usado ao lado de outras habilidades e princípios da PNL que incluem:
- Rapport.
- Respeito pelo direito da outra pessoa aos próprios pontos de vista dela.
- Clareza sobre os resultados da interação – os seus e os da outra pessoa.
- A capacidade de reconhecer e de reagir à comunicação não verbal.
- Uma cuidadosa capacidade para ouvir – em vez de simplesmente ficar quieto.
- Conscientização de que âncoras ocorrem naturalmente.
Posso aprender o metamodelo pelos livros?
Talvez. Contanto que você trate do assunto de uma maneira sistemática e criteriosa. Abaixo estão algumas sugestões:
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Leia dois ou três livros simultaneamente porque assim você se beneficia de diferentes pontos de vista e das ênfases dos autores.
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Pegue uma categoria de cada vez e a pratique durante uma ou duas semanas.
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Preste atenção na categoria somente durante os primeiros minutos da conversa – do contrário será improvável você ter uma participação ativa na conversa!
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Os "desafios" do metamodelo ou das perguntas de coaching precisam ser usadas com grande cautela. Evite usá-las de qualquer modo até que tenha alcançado um estágio onde será capaz de reconhecer todas as treze categorias. A partir daí, só use os desafios quando tiver um propósito específico para fazer isso e tenha estabelecido um rapport muito bom, respeito interpessoal e habilidades de calibração.
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Tenha cuidado para evitar o uso excessivo das perguntas de coaching – do contrário o metamodelo pode se tornar um instrumento de interrogatório.
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Muitas vezes é uma boa ideia anunciar antecipadamente para a pessoa que você irá fazer "algumas perguntas de coaching úteis para alertá-la de como certos padrões de pensamento podem estar atrapalhando".
Coaching e o metamodelo
Quer em cenários formais ou informais, a maioria dos coaching tende a se apoiar numa inquietante combinação dos métodos tradicionais de aconselhamento e o ato de dar conselhos de Carl Rogers. O metamodelo fornece os meios de tornar o coaching muito mais poderoso, mais respeitoso, mais confortável – e consideravelmente mais efetivo.
Em vez de tentar fornecer respostas, o "coach" usa as perguntas para literalmente treinar a outra pessoa para descobrir as suas próprias respostas. Ao invés de sofrer numa sessão desconfortável, orientada para a culpa e ocasionalmente degradante, a pessoa sendo treinada experimenta uma sensação fortalecedora – ela mesma descobriu as suas próprias respostas.
O esforço é válido?
O metamodelo não é tão atrativo nem dramático como a ancoragem, como as técnicas da submodalidade ou as pistas de acesso visual. Porém uma vez aprendido, será, provavelmente, a ferramenta que você irá usar mais consistentemente – em cada simples conversa.
O metamodelo também o torna apto a pensar e a se comunicar com uma precisão e uma clareza fora do comum...
Reg Connolly é Trainer Certificado e Master Practitioner de PNL, treinador de administração e de vendas.
O artigo "Coaching and The Meta Model" está no site Pegasus NLP Training
Tradução JVF, direitos da tradução reservados.